Quando a demissão por justa causa é válida?

14/10/2016. Enviado por em Trabalho

Um dos requisitos para a demissão por justa causa ser válida é que ela deve ser aplicada tão logo a empresa saiba da conduta do empregado, o que, pelo contrário, poderia ser entendido que a empresa o perdoou.

A dispensa de empregado por justa causa é uma penalidade aplicada pela empresa que toma conhecimento de um ato faltoso praticado por seu subordinado.

Nesses casos, o empregado somente recebe: o saldo de salário, décimo terceiro vencido, férias vencidas e salário família, não sendo devidas as demais verbas.

A justa causa pode ocorrer nos seguintes casos: 
a) atos de desonestidade
b) comportamento irregular; 
c) mau procedimento
d) concorrência à empresa; 
e) desídia 
f) violação de segredo da empresa; 
g) indisciplina
h) insubordinação
i) abandono de emprego; 
j) agressão à honra ou ofensa física realizada ao empregador ou terceiros; 
k) recusa em utilizar o EPI (equipamento de proteção individual); 
l) declaração falsa ou uso indevido de vale transporte, dentre outras práticas.

Para a resolução do contrato de trabalho ser válida, alguns requisitos devem ser observados pelo empregador, quais sejam:

1) Tipicidade da conduta: O empregador deve enquadrar o mau comportamento do empregado em alguma das hipóteses previstas em lei para a demissão por justa causa.

2) Conduta do empregado: Deve-se analisar se o comportamento do empregado foi tão grave a ponto de justificar a aplicação da justa causa.

3) Adequação e proporcionalidade entre o ato faltoso e a penalidade: deve ser considerado se há proporção entre a conduta do empregado e esta pena.

4) Autoria: o próprio empregado que deve praticar o ato faltoso.

5) Culpa: o ato faltoso deve ter sido praticado com culpa (negligência, imprudência e imperícia) ou dolo. Nesse caso, alguns elementos são analisados pelo juiz, tais como: o nível de escolaridade do trabalhador, a área de atuação profissional e nível socioeconômico.

6) Nexo causal entre a conduta e penalidade: cada falta tem uma punição, com isso não pode o empregador utilizar faltas que acabaram de ocorrer para punir fatos passados.

7) Imediatidade da punição: a pena deve ser aplicada tão logo a empresa tenha conhecimento da conduta faltosa.

8) Ausência de perdão tácito: caso o empregador demore a punir o empregado, considera-se perdoado o ato faltoso, com isso, não mais poderá o empregador aplicar a justa causa.

9) Singularidade da punição: Para cada infração só pode ser aplicada uma pena.

10) Passado funcional do empregado: analisam-se as condutas durante todo o período de serviços prestados. É uma forma de conceder o perdão ao bom empregado, que, no momento de descuido, praticou uma conduta faltosa.

Desse modo, quando ausentes quaisquer dos requisitos acima que autorizam a demissão por justa causa, esta será revertida para demissão sem justa causa e com isso caberá à empresa realizar a complementação do pagamento das verbas rescisórias, devendo ainda ser entregue ao trabalhador a guia para o levantamento do FGTS e guia para a percepção do seguro-desemprego.

Caso deseje uma análise mais apurada sobre se é possível reverter sua dispensa por justa causa para dispensa sem justa causa, procure um especialista em direito do trabalho e informe-se sobre o seu direito.

Texto original: Demissão por justa causa: quando é possível a reversão? 

Também é interessante você saber: Demissão em massa pode ser ilegal?

Demissão sem justa causa: quais são meus direitos?

 

Assuntos: Abandono, Aviso prévio, Demissão, Demissão sem justa causa, Direito do Trabalho, Direitos trabalhistas, Equipamento de Proteção Individual (EPI), Falta no trabalho, Justa causa, Rescisão


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